quinta-feira

Literatura&Imprensa




Imprensa




Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, nunca o Brasil desfrutou de tanta liberdade de expressão quanto no segundo reinado. O Imperador a defendia por convicção e não por conveniência, permitindo o anonimato e até não punindo críticas publicadas sobre o governo.
Assim, vinculada à literatura ( Romântica na época) e à iconografia (charges e caricaturas) a imprensa ( principalmente a periódica) compunha um verdadeiro cenário sócio–cultural do período. Fosse com seus artigos impregnados de influências européias de autoria de uma pequena elite ou com os anúncios que expremiam a vida coletiva, o jornal através dos que o liam ( ou mesmo o ouviam) dava a luz a um “reino da opinião pública” do qual além de reunir grupos com afinidades políticas e culturais, possibilitava a discussão de idéias e doutrinas ( por mais que prevalecesse as da elite, na maior parte das vezes controladora dos meios impressos)
Dessa forma podemos considerar a mídia imprensa como um palpável agente histórico, fundamental para o esboço do período retratado, e não como um retrato real do que acontecia.

Fascículos periódicos famosos no segundo reinado

O Dezenove de Dezembro / Gazeta do Rio de Janeiro / Idade de Ouro do Brasil /

Compilador Mineiro / O Conciliador do Maranhão / Matutina Meyapontense /
Diário do Governo do Ceará / O Natalense / O Paraense /
Recopiador Sergipano / O Catharinense / Diário de Porto Alegre

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O folhetim


Assim chamados os romances que eram publicados em jornais, o folhetim teve seu nome derivado de “folhas internas” por se tratar um sub-produto, apresentado internamente e nunca em destaque. Surgidos pela primeira vez em Paris, tinha um texto popular. Embora herdeiro direto do foulleton francês, o folhetim brasileiro (responsável pelo grande aumento da tiragem dos jornais durante meados do século XIX ), seguiu um modelo bem diferenciado. Apesar de ter seguido a mesma temática (intrigas, desencontros, coincidências, casamentos, a vida de estudantes) se dirigiu a um outro tipo de público, se restringindo a um círculo de leitores bem limitado: com a grande porcentagem de analfabetos no país, e uma população composta significativamente por escravos, os folhetins delimitaram – se às elites, principalmente às moças da alta sociedade.

Um exemplo de folhetim é a obra “Memórias de um Sargento de Milícias” de Manuel Antônio de Almeida publicado no jornal a Partilha de 1853 a 1859, que considerado uma espécie de “voz da exceção” do Romantismo, narra com uma linguagem jornalística uma espécie de sátira da sociedade carioca na época da chegada da Família Real ao Brasil.




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Literatura

Nas primeiras décadas do reinado de Dom Pedro II, o romantismo atingia seu auge no Brasil. Foram muitas as tendêcias da arte romântica, mas sobresairam-se três delas, o que chamamos de gerações nacionalistas, ultra-romântica (o mal do século) e a social que não abordaremos neste trabalho por desportar na segunda metade do século XIX.

Traços gerais:
-Liberdade de expressão.
-Uso da imaginação
-NaEuropa, reaparecem os motivos medievais, numa tentativa de resgatar o passado histórico e os heróis nacionais.
-Volta ao passado com a valorização da infância.
-Subjetivismo valorização do "eu".
-Pessimismo, com expressão de dores, sofrimentos.
-Fuga da realidade, evasão, escapismo.
-Busca de refúgio na natureza, que aparece reflexo do estado de espírito do artista.
-Aversão ao formalismo clássico. Conseqüentemente, o conteúdo passa a ter mais importância que a forma.


Primeira geração

Características:



Nacionalismo (exaltação da pátria e de sua natureza);
Indianismo (como o romantismo buscava uma retomada à Idade Média e de seus cavaleiros medievais, inexistentes aqui no Brasil colocou-se o índio idealizado como herói)
Saudosismo (o poeta sente saudades de seu contato com a natureza, infância e pátria)








Destaque: Gonçalves Dias (1823-1864)

Implantou e solidificou a poesia romântica em nossa literatura buscando captar a sensibilidade e sentidos do nosso povo,criou obras vontadas para o índio e para a natureza brasileira em linguagem simples e acessível.Seus versos tais como "Canção do Exílio" são melodiosos e exploram métricas e ritmos variados.
Sua obra poética inclui gêneros lípicos e poéticos.Na épica conta feitos de heróicos de índios valorosos e na lírica tem como tema a pátria, a natureza, Deus e o amor não correspondido.

Obras principais:

1843Canção do exílio
1846 – Primeiros cantos
1846Meditação
1848 – Segundos Cantos
1848 – As sextilhas de Frei Antão
1846Seus Olhos
1857 – Os timbiras
1851I-Juca-Pirama
1858 – Dicionário da Língua Tupi chamada língua geral dos indígenas do Brasil



Segunda geração


Características:

O mal do século -Spleen

Individualismo Subjetivismo

Egocentrismo

Sentimentalismo

Saudosismo

Insatisfação

Escapismo

Morbidez

Pessimismo

Amores impossíveis






Destaque: Alvares de Azevedo(1831-1852)



Sem acreditar nas idéias da sociedade convencional essa segunda geração romântica sentia-se"uma geração perdida". A forma encontrada pare expressar seu pessimismo, foram as realizações de obras como as de Alvares de Azevedo e suas temáticas sobre o amor impossível, a virgem inatilgivel e a morte como solução para todos os problemas.Assim o poeta em suas poesias escapa para lugares escuros e soltários como no poema" Idéias Íntimas", não falando no mundo exterior, apenas de si.

Outro traço constante na obra poética de Alvares de Azevedo é a irônia forma não passiva de ver a realidade, empregada pelo poeta como recurso para quebrar a noção de ordem e abalar as convenções do mundo burquês.

Principais obras:



1853 - Lira dos Vinte Anos

1855 - Noite na Taverna


1866 - O Conde Lopo


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O romance romântico no Brasil.

O romance romântico brasileiro começou na década de 1840, seguindo as tendências folhetinescas francesas. Depois de algumas tentativas mal sucedidas no gênero, o primeiro romance brasileiro propriamente dito foi “A Moreninha”(1844) de Joaquim Manuel de Macedo(1820-1888).
Nascido em meio de uma busca pela identidade nacional brasileira e identificação dos espaços nacionais, o romance romântico brasileiro se ramifica basicamente em quatro vertentes:
Romance Indianista:
Impulsionado pela filosofia do bom selvagem Rousseau, esse tipo de romance é característico pela idealização do índio, que em lugar do cavaleiro medieval, foi personificado como herói.


Algumas obras:
“O Guarani”, de José de Alencar.


“Iracema”, de José de Alencar.


Romance Regionalista:

Prucurava valorizar as características étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que marcaram as regiões do país e as diferenciaram uma das outras, apresentando, porém, um retrato idealizado das regiões muitas vezes.


Algumas obras:
“Tronco do Ipê”, de José de Alencar.
“Inocência”, de Visconde de Taunay.

Romance Histórico:


Revela um resgate da nacionalidade a partir de uma visão poética e heróica das origens nacionais. É comum ocorrer a mistura de mito e realidade.
Algumas obras:


“As Minas de Prata”, de José de Alencar.
“A Guerra dos Mascates”, de José de Alencar.



Romance Urbano:

Retrata o ambiente da aristocracia, seus hábitos, costumes refinados, padrões de comportamento, o dia-a-dia da Corte, saraus e salões do tempo de D. Pedro II.

Algumas obras:

"A Moreninha", de Joaquim Manoel de Macedo.
"Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel de Antônio de Almeida.