sábado
A regência
Maioridade
“ Queremos Pedro II
Embora não tenha idade!
A Nação dispensa a lei
E viva a Maioridade!”
Segundo Reinado (1840-1889)
Mas o Imperador não se preocupava apenas com as artes e a literatura. Mostrando-se um homem a frente da época que vivia, cuidou da ecologia, construindo um jardim botânico em Manaus e reflorestando parte do maciço da Tijuca no Rio de Janeiro.
Dessa forma, D. Pedro consolidou a soberania nacional, incentivou o progresso do país. Outra prova disso, são as inveções trazidas por ele como: a primeira estrada de rodagem “União em Indústria”, a primeira locomotiva a vapor, o cabo submarino, o selo postal e o telegrama. Fazendo do segundo reinado uma época de grande progresso com crescimento e consolidação da nação brasileira como um país independente e importante membro entre as nações americanas.
Selo postal da época.
Os conflito internacionais durante o Segundo Reinado
Para preservar interesses econômicos e políticos, o império também entrou em luta contra os países platinos. Primeiro foi a Intervenção contra Oribe e Rosas (1851-1852), presidentes do Uruguai e Argentina, respectivamente. Depois, a Guerra contra Aguirre (1864-1865), presidente do Uruguai.
A economia
A partir do inicio do século XIX, o hábito de beber café alcançou grande popularidade na Europa e nos Estados Unidos. O número de consumidores internacionais crescia de forma espantosa. Justamente na fase em que o país atravessava sérias dificuldades econômicas, o café despontava rapidamente:
Tabelaaaaaaaaaaaaa
Fatores responsáveis pela expansão cafeeira:
- O clima e o tipo de solo do sudeste brasileiro favoreciam amplamente o desenvolvimento da lavoura.
- As terras da região eram muito baratas .
- O café podia ser conservado com métodos e equipamentos rudimentares.
- Não era necessária a mão-de-obra especializada, assim foram utilizados os escravos normalmente.
- A ampliação da rede ferroviária e de estradas que facilitaram o escoamento do café e fizeram parte de uma das maiores conseqüências no crescimento na economia do país.
Além de possibilitar a recuperação da economia brasileira, a cafeicultura deu origem a classe social mais poderosa da sociedade imperial: os barões de café que próximos á capital (localizados nas regiões da Baixada Fluminense, Vale do Paraíba e posteriormente), passou a exercer grande influência na vida econômica e política do país.
O fim do tráfico negreiro
Como conseqüência, o governo imperial e os fazendeiros intensificaram os esforços para incrementaram o trabalho remunerado. Havia basicamente duas soluções possíveis:
- Transformar os escravos em assalariados.
- Promover a vinda de imigrantes europeus.
A princípio a solução que parece mais fácil é a primeira: dava-se liberdade aos escravos e pagava–se–lhes um salário, o que os motivaria a produzirem melhor! No entanto, não era assim que a elite da época pensava. Se o trabalho passasse a ser remunerado, era melhor pagar um branco do que um negro, pois na concepção da elite, o branco era tido como superior, honesto e inteligente. Com essa linha de raciocínio racista, um fazendeiro considerava idiotice e desperdício pagar salário a um negro.
Restava apenas a última hipótese: a vinda de trabalhadores estrangeiros, que sob o ponto de vista da elite, tinham a grande vantagem de serem brancos. A partir daí, se iniciaria o movimento migratório de europeus, que cresceria significativamente nas próximas décadas.
Tentativas de industrialização
No entanto ainda não podemos falar em industrialização brasileira. Os investimentos no setor industrial ainda eram muito baixos. A elite formada exclusivamente por senhores rurais, se desinteressava por tudo o que fosse relativo à indústria, (ausência de burguesia industrial), em função disso, diversas fábricas sobreviveram precariamente, ou simplesmente desapareceram. Sendo assim impossível a industrialização durante o império de Dom Pedro II.
quinta-feira
Literatura&Imprensa
Imprensa
Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, nunca o Brasil desfrutou de tanta liberdade de expressão quanto no segundo reinado. O Imperador a defendia por convicção e não por conveniência, permitindo o anonimato e até não punindo críticas publicadas sobre o governo.
Assim, vinculada à literatura ( Romântica na época) e à iconografia (charges e caricaturas) a imprensa ( principalmente a periódica) compunha um verdadeiro cenário sócio–cultural do período. Fosse com seus artigos impregnados de influências européias de autoria de uma pequena elite ou com os anúncios que expremiam a vida coletiva, o jornal através dos que o liam ( ou mesmo o ouviam) dava a luz a um “reino da opinião pública” do qual além de reunir grupos com afinidades políticas e culturais, possibilitava a discussão de idéias e doutrinas ( por mais que prevalecesse as da elite, na maior parte das vezes controladora dos meios impressos)
Dessa forma podemos considerar a mídia imprensa como um palpável agente histórico, fundamental para o esboço do período retratado, e não como um retrato real do que acontecia.
Fascículos periódicos famosos no segundo reinado
O Dezenove de Dezembro / Gazeta do Rio de Janeiro / Idade de Ouro do Brasil /
Compilador Mineiro / O Conciliador do Maranhão / Matutina Meyapontense /
Diário do Governo do Ceará / O Natalense / O Paraense /
Recopiador Sergipano / O Catharinense / Diário de Porto Alegre
Um exemplo de folhetim é a obra “Memórias de um Sargento de Milícias” de Manuel Antônio de Almeida publicado no jornal a Partilha de 1853 a 1859, que considerado uma espécie de “voz da exceção” do Romantismo, narra com uma linguagem jornalística uma espécie de sátira da sociedade carioca na época da chegada da Família Real ao Brasil.
Traços gerais:
-Liberdade de expressão.
-Uso da imaginação
-NaEuropa, reaparecem os motivos medievais, numa tentativa de resgatar o passado histórico e os heróis nacionais.
-Volta ao passado com a valorização da infância.
-Subjetivismo valorização do "eu".
-Pessimismo, com expressão de dores, sofrimentos.
-Fuga da realidade, evasão, escapismo.
-Busca de refúgio na natureza, que aparece reflexo do estado de espírito do artista.
-Aversão ao formalismo clássico. Conseqüentemente, o conteúdo passa a ter mais importância que a forma.
Primeira geração
Características:
Nacionalismo (exaltação da pátria e de sua natureza);
Indianismo (como o romantismo buscava uma retomada à Idade Média e de seus cavaleiros medievais, inexistentes aqui no Brasil colocou-se o índio idealizado como herói)
Saudosismo (o poeta sente saudades de seu contato com a natureza, infância e pátria)
Destaque: Gonçalves Dias (1823-1864)
Implantou e solidificou a poesia romântica em nossa literatura buscando captar a sensibilidade e sentidos do nosso povo,criou obras vontadas para o índio e para a natureza brasileira em linguagem simples e acessível.Seus versos tais como "Canção do Exílio" são melodiosos e exploram métricas e ritmos variados.
Sua obra poética inclui gêneros lípicos e poéticos.Na épica conta feitos de heróicos de índios valorosos e na lírica tem como tema a pátria, a natureza, Deus e o amor não correspondido.
Obras principais:
1843 – Canção do exílio
1846 – Primeiros cantos
1846 – Meditação
1848 – Segundos Cantos
1848 – As sextilhas de Frei Antão
1846 – Seus Olhos
1857 – Os timbiras
1851 – I-Juca-Pirama
1858 – Dicionário da Língua Tupi chamada língua geral dos indígenas do Brasil
Segunda geração
Características:
O mal do século -Spleen
Individualismo Subjetivismo
Egocentrismo
Sentimentalismo
Saudosismo
Insatisfação
Escapismo
Morbidez
Pessimismo
Amores impossíveis
Destaque: Alvares de Azevedo(1831-1852)
Sem acreditar nas idéias da sociedade convencional essa segunda geração romântica sentia-se"uma geração perdida". A forma encontrada pare expressar seu pessimismo, foram as realizações de obras como as de Alvares de Azevedo e suas temáticas sobre o amor impossível, a virgem inatilgivel e a morte como solução para todos os problemas.Assim o poeta em suas poesias escapa para lugares escuros e soltários como no poema" Idéias Íntimas", não falando no mundo exterior, apenas de si.
Outro traço constante na obra poética de Alvares de Azevedo é a irônia forma não passiva de ver a realidade, empregada pelo poeta como recurso para quebrar a noção de ordem e abalar as convenções do mundo burquês.
Principais obras:
1855 - Noite na Taverna
1866 - O Conde Lopo
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O romance romântico brasileiro começou na década de 1840, seguindo as tendências folhetinescas francesas. Depois de algumas tentativas mal sucedidas no gênero, o primeiro romance brasileiro propriamente dito foi “A Moreninha”(1844) de Joaquim Manuel de Macedo(1820-1888).
Nascido em meio de uma busca pela identidade nacional brasileira e identificação dos espaços nacionais, o romance romântico brasileiro se ramifica basicamente em quatro vertentes:
Romance Indianista:
Impulsionado pela filosofia do bom selvagem Rousseau, esse tipo de romance é característico pela idealização do índio, que em lugar do cavaleiro medieval, foi personificado como herói.
Algumas obras:
“O Guarani”, de José de Alencar.
“Iracema”, de José de Alencar.
Romance Regionalista:
Prucurava valorizar as características étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que marcaram as regiões do país e as diferenciaram uma das outras, apresentando, porém, um retrato idealizado das regiões muitas vezes.
Algumas obras:
“Tronco do Ipê”, de José de Alencar.
“Inocência”, de Visconde de Taunay.
Romance Histórico:
Revela um resgate da nacionalidade a partir de uma visão poética e heróica das origens nacionais. É comum ocorrer a mistura de mito e realidade.
Algumas obras:
“As Minas de Prata”, de José de Alencar.
“A Guerra dos Mascates”, de José de Alencar.
Retrata o ambiente da aristocracia, seus hábitos, costumes refinados, padrões de comportamento, o dia-a-dia da Corte, saraus e salões do tempo de D. Pedro II.
Algumas obras:
"A Moreninha", de Joaquim Manoel de Macedo.
"Memórias de um Sargento de Milícias", de Manuel de Antônio de Almeida.
Arquitetura
Tanto no interior quanto no exterior, a casa brasileira buscava exibir a ascensão sócio – política dos moradores. Em uma compatibilizarão, a mobília colonial foi dada a pessoas de menor posse, no lugar foram empregados móveis ( na maioria importados ) de madeira com aplicações de bronze, de bronze, de aspecto sóbrio, de linhas simples e sóbrias, ( como ditava a moda francesa, grande influenciadora nas construções e como nos móveis) e pinturas e espelhos elegantes para decoração.
Pintura
Principais obras de arte:
A Primeira Missa no Brasil, de 1861.
1864 Imperador D. Pedro II, por Victor Meirelles.
Filosofia religiosa
Mais outros dois fatores contribuíram para tal enfraquecimento da Igreja Católica brasileira, ocorrido na época: A imprensa, que passara a ser o “reino da opinião pública”, o referencial cultural da população, com grande poder de influência sobre as pessoas. Segundo fator: a Igreja se estabeleceu através de influências políticas ao invés do engajamento religioso e de um poder organizado por seus próprios recursos, dependendo quase completamente do poder do Estado e ficando à mercê de decisões políticas e da política imperial.
Educação no Segundo Império
Saneamento na capital do império.
Higiene
Felizmente, no Brasil o banho (costume herdado dos indígenas), já fazia parte do cotidiano dos brasileiros podendo ser tomado em banheiras (nas casas mais ricas) ou em bacias, como podem observar em um trecho do livro “A Moreninha”: “É inútil descrever o quarto de um estudante ao muito acharão... o chapéu, a bengala e a bacia...”. Essa podia ser utilizada (dependendo do tamanho) ser usado para lavagem de roupas, higiene rápida e ainda banhos de corpo inteiro, seguindo-se o seguinte ritual: primeiro se lavava o rosto, a cabeça, depois assentava-se e lavava-se o tronco e finalmente, de pé, lavava-se as pernas e os pés.
Outro costume era a higienização das mãos, realizadas por todas as classes sociais.
As vestimentas
Moda feminina: eram elegantes saias-balão, corpetes bem ligados aos bustos, mangas presuntos, anquinhas, xales de toquim.
Uns versinhos do tempo traduzem essa cobiça:
"Meu papai eu quero seda,
Quero um xale de toquim.
Quero um anel de brilhantes,
Quero um leque de marfim."
Moda masculina: chapéu viveiras, boinas, babados e casacas.
Estereótipos de beleza: cintura fina, bustos fartos, para as mulheres e cabelo cacheado para os homens.
O teatro
Nomes importantes do teatro: Martins Pena, com as prestigiadas e inovadoras comédias de costume; Joaquim Manuel de Macedo, com peças que destacavam o mito da grandeza territorial do país, da igualdade entre os brasileiros; o dramaturgo Arthur Azevedo; Gonçalves Magalhães; Álvares de Azevedo e João Caetano, citado até no livro “A Moreninha” : “...Pagará um camarote no primeiro drama novo que representar o nosso João Caetano.”
A música
Outras danças famosas na época eram: valsas, quadrilhas (que receberam diversas influências do movimento nacionalista) e o samba.
O piano já era muito comum nesse período, sendo importado por outros instrumentos da França e Inglaterra, assim, a música se difundia facilmente por todo país. Outros grandes responsáveis por essa difusão da música são os impressores: Hohn Ferguson & Crockaat, Francisco Chenot, João Cristiano Muller, e Pierre Laforge.
Compositores renomados: Henrique Braga e Antônio Carlos Gomes, autor de "O Guarani", inspirado no romance de José de Alencar.
Manuscrito do "Hino em Aplauso do Faustíssimo do Aniversário Natalicio de S. M. A Imperatriz do Brasil", para canto e piano, composto por Eleutério Feliciano Sena, em 1848. O álbum é encadernado em veludo verde, com arabescos em ouro. O papel de música tem pautas azuis, cercaduras douradas e pinturas em aquarela. Documento da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Seção de Música, Obras Raras.
O futuro Imperador D. Pedro II é mostrado,
nesta aquarela de Armand Julien Palliére
(1784-1864), com um tambor com as cores e o escudo da Guarda Imperial. Museu Imperial de Petrópolis, RJ.