quinta-feira

Educação no Segundo Império

O ensino brasileiro ou “Escolas de Primeiras Letras” foi praticamente ignorado pelas autoridades brasileiras, durante todo o período imperial. O total abandono da instrução pública oficial cedia lugar às instituições educativas das ordens religiosas, ficando nas mãos da Igreja Católica a primazia na formação dos futuros líderes do país. No Rio de Janeiro, o elitista e fechado Colégio D. Pedro II, era freqüentado apenas pelos jovens das famílias ricas, os quais eram privilegiados com a dispensa de seleção (os chamados Exames Preparatórios). O ensino superior limitava-se às Academias Militares, Escolas de Medicina de Salvador e do Rio de Janeiro e às Faculdades de Direito de Olinda e de São Paulo (fundadas em 1827). Das salas de aulas dos cursos jurídicos (também locais de saraus e boêmia) saíram quase todos os políticos brasileiros (daí o discurso vazio). Enquanto a primeira Universidade dos EUA data de 1638, no Brasil, a tentativa de fundação de uma Universidade Brasileira (em 1848) foi barrada. A mentalidade agroexportadora das classes dominantes e a importação de serviços de firmas inglesas (estas responsáveis pela realização de quase todas as obras de engenharia no período monárquico) atrasaram a criação de Cursos de Engenharia no Brasil. Deficientes, esses cursos apareceram (no Rio de Janeiro, em Minas e São Paulo) somente nas últimas décadas do Império e nos primeiros anos da República.